Qual o contributo dos jovens para a abstenção?
Será que os jovens de hoje não querem saber de eleições!?
24 de setembro, 2021
Para os jovens, a política precisa de cidadãos que sirvam a causa pública e a sua população e não que se sirvam a si próprios; precisa de governantes locais que promovam o diálogo intergeracional e não o conflito entre gerações; que dê os recursos para que a geração jovem possa viver melhor nos respectivos concelhos e que apoie as suas causas.
“Os jovens de hoje não querem saber de eleições.” Esta é uma afirmação recorrente, embora imprecisa e falsa. Em Janeiro passado, a geração jovem mostrou estar interessada e comprometida, ao invés de desligada e apática como muitos ousam caracterizar.
Um inquérito promovido pela FAP revelou que a esmagadora maioria dos estudantes da Academia do Porto pretendia participar nas eleições presidenciais, o que se veio a confirmar, dado que os jovens votaram tanto ou mais do que a população em geral. Por isso, não posso aceitar que a geração jovem seja sistematicamente o bode expiatório da falta de participação em eleições. Paralelamente, o mesmo se dizia sobre a vacinação em curso. A resposta dos jovens foi cabal!
A geração jovem está indignada pela falta de oportunidades e de direitos – o direito à habitação, ao emprego digno, o direito de sonhar e de concretizar as aspirações legítimas de quem quer ser feliz em Portugal e na Europa.
É certo que a nossa geração vive melhor em muitos aspectos que a geração anterior, não fosse o progresso social o desejo para as gerações que vierem a suceder a nossa. Mas não podemos fechar os olhos aos jovens precários, que investiram na sua formação superior e cuja sociedade continua confortável em vê-los a recibos verdes. Jovens que não se conseguem emancipar, nem vislumbram essa realidade antes dos 30 anos, sem conseguir constituir família por falta de suporte a vários níveis.
As eleições autárquicas que se aproximam são o acto eleitoral mais participado do país. As últimas semanas foram marcadas pela auscultação da massa jovem, com medidas desenhadas para a população jovem e com a promoção de jovens a candidatos. Temos assistido a promessas e compromissos para o sector da juventude nos vários manifestos eleitorais, debates e comícios: o problema crónico da habitação acessível e o emprego jovem ganham finalmente a real dimensão e gravidade que temos vindo a reivindicar.
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Um inquérito promovido pela FAP revelou que a esmagadora maioria dos estudantes da Academia do Porto pretendia participar nas eleições presidenciais, o que se veio a confirmar, dado que os jovens votaram tanto ou mais do que a população em geral. Por isso, não posso aceitar que a geração jovem seja sistematicamente o bode expiatório da falta de participação em eleições. Paralelamente, o mesmo se dizia sobre a vacinação em curso. A resposta dos jovens foi cabal!
A geração jovem está indignada pela falta de oportunidades e de direitos – o direito à habitação, ao emprego digno, o direito de sonhar e de concretizar as aspirações legítimas de quem quer ser feliz em Portugal e na Europa.
É certo que a nossa geração vive melhor em muitos aspectos que a geração anterior, não fosse o progresso social o desejo para as gerações que vierem a suceder a nossa. Mas não podemos fechar os olhos aos jovens precários, que investiram na sua formação superior e cuja sociedade continua confortável em vê-los a recibos verdes. Jovens que não se conseguem emancipar, nem vislumbram essa realidade antes dos 30 anos, sem conseguir constituir família por falta de suporte a vários níveis.
As eleições autárquicas que se aproximam são o acto eleitoral mais participado do país. As últimas semanas foram marcadas pela auscultação da massa jovem, com medidas desenhadas para a população jovem e com a promoção de jovens a candidatos. Temos assistido a promessas e compromissos para o sector da juventude nos vários manifestos eleitorais, debates e comícios: o problema crónico da habitação acessível e o emprego jovem ganham finalmente a real dimensão e gravidade que temos vindo a reivindicar.
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