Notícia

Wearable Technology e os direitos individuais

Perda da privacidade e recolha de informação com finalidades comerciais

6 de janeiro, 2014
Wearable
A Wearable Technology ou tecnologia de vestir é uma realidade que previsivelmente terá maior visibilidade em 2014.
São roupas e acessórios, incorporando avançadas tecnologias electrónicas e de informática, permitindo uma interacção entre o mundo virtual e o real.

Um dos melhores exemplos desta tecnologia é o Google Glass, um dispositivo que, acoplado à armação de uns óculos, faz chegar notificações, bem como outras informações directamente aos olhos, e que através de uma câmara permite, entre outras funcionalidades, tirar fotografias e gravar vídeos, partilhar de imediato tais registos, identificar a localização e jogar jogos de "realidade aumentada". Tudo isto através de comandos de voz ou, apenas, por um "simples piscar de olhos", como recentemente divulgado numa actualização às capacidades do dispositivo.

O facto deste dispositivo ter sido por ora apenas lançado para algumas pessoas não impediu que muitos se preocupassem com o seu impacto na privacidade de todos, ao ponto de existirem já estabelecimentos que anunciam que o seu uso será proibido nesses lugares. Na verdade, o Google Glass, pelas suas capacidades de recolha de dados, foi visto como um desafio à privacidade.

A ideia da Google é a de permitir que a tecnologia não interfira na interacção do seu utilizador com a realidade, mas a complemente. Contudo, como muitos afirmam, foi também pensado para o negócio da publicidade e recolha de informação com finalidades comerciais.

Representantes de entidades de protecção de dados de diferentes países pediram à Google explicações sobre os cuidados a adoptar com este produto e questionaram-na como pensava cumprir e fazer cumprir as leis de protecção de dados, que dados recolheria e com que finalidades. Também a Comissão Nacional de Protecção de Dados expressou preocupações, nomeadamente com a falta de consentimento das pessoas que podem ser fotografas e gravadas, classificando-o como um potencial atentado à privacidade e uma "grave violação dos direitos fundamentais dos cidadãos".

Haverá talvez algum exagero no que diz respeito à preocupação com a privacidade, já que os smartphones e câmaras fotográficas de pequenas dimensões já permitem tirar fotografias e registar som e/ou imagens facilmente, sem consentimento das pessoas que podem ser directa ou inconscientemente captadas pela câmara.

Fonte: www.ionline.pt

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