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Um artigo sobre a campanha eleitoral em curso

Custódio Oliveira analisa num artigo publicado no jornal “Grande Porto”

17 de outubro, 2012
Um artigo sobre a campanha eleitoral em curso
Da campanha eleitoral em curso podem ser tiradas diversas ilações. Custódio Oliveira analisa num artigo publicado no jornal “Grande Porto” aspectos técnicos do confronto das imagens dos dois principais líderes: “As vantagens técnicas de Sócrates"
As campanhas eleitorais são cada vez mais profissionalizadas. Perdem em autenticidade, mas ganham em eficácia. Obedecem a guiões estratégicos cientificamente elaborados. Os partidos e os seus militantes desempenham um papel secundário face às televisões, à Internet e aos restantes meios de comunicação. Mais importante que os conteúdos é a forma como são transmitidos. Os atributos de imagem dos líderes são vistos como determinantes para os resultados finais.

Na definição dos atributos de imagem dos líderes em disputa é essencial respeitar a regra da clivagem. Significa isto que quanto mais diferenciadores estes forem melhor. As diferenças na imagem dos líderes são essenciais na disputa pela vitória.

As diferenças nas imagens dos líderes concorrentes têm maior relevância quando se torna difícil acentuar diferenças nas opções dos temas ou das propostas.

Partindo dos atributos de imagem é fácil verificar as clivagens profundas entre, por exemplo, Tony Blair / John Major e de Obama / Mcain. A imagem de Blair é profundamente diferente da de Major. A percepção que os cidadãos tinham de Obama nada tinha a ver com a de Bush e de Mcain. Na origem da vitória de Blair e Obama para além dos temas, pesou muito o factor imagem com clivagens profundas relativa aos seus concorrentes. Este factor, só por si, significava mudança.

Quando existe um clima na opinião pública favorável à alternância ou quando o líder no poder se encontra desgastado pelo seu exercício é ainda mais decisivo que o seu opositor apresente atributos tangíveis e intangíveis de imagem claramente diferenciadores.

Em termos de elementos tangíveis de imagem, verificamos que entre José Sócrates e Passos Coelho, não existe uma diferenciação notória. São da mesma geração. Têm aspectos físicos semelhantes. Exprimem-se oralmente de forma parecida. A imagem de Passos Coelho não indicia uma mudança clara. Quanto aos atributos intangíveis da imagem eles perdem grande parte da força intrínseca, quando se sabe que os dois têm de aplicar as mesmas políticas impostas de fora para dentro.

Considera-se como natural, como indicam as sondagens, que o PSD ganhe as próximas eleições. Contudo, na perspectiva exposta, pode verificar-se uma meia surpresa que consistiria na vitória de Sócrates, que a verificar-se, seria histórica e um case study para os investigadores de comunicação política de todo o mundo”.

Custódio Oliveira - Jornal Grande Porto

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