Notícia

Storytelling: quanto vale contar uma história

Uma ferramenta fundamental para a transmissão de conhecimento

21 de fevereiro, 2013
Chama-se Storytelling e é a mais recente tendência na gestão de recursos humanos. Esta ferramenta é utilizada como método eficáz de comunicação interna, mas em muitos casos o seu potencial já é também aplicado ao recrutamento.
No fundo, trata-se de pedir ao candidato que lhe conte uma história para pode perceber que valores e competências tem ele para transmitir.

Se está ativamente à procura de emprego prepare-se para isto. O Storytelling está a entrar nas organizações, ora como estratégia de comunicação interna, ora como ferramenta de recrutamento e seleção. O conceito é simples e, dizem os especialistas, eficáz: “trata-se de contar uma história que, contada de forma estratégica, permite transmitir valores, conhecimentos e construir a imagem e reputação de uma empresa, marca ou candidato”.

O modelo é sobretudo aplicado para trabalhar a identidade corporativa das organizações, mas em muitos países a tendência já se alastrou ao recrutamento e é testada nas próprias entrevistas de seleção. Por cá a moda ainda só agora dá os primeiros passos e tende a ganhar expressão, mas nos Estados Unidos da América, em Inglaterra e no Brasil, a prática já é corrente e reúne fortes adeptos.

O Observatório de Comunicação Interna e Identidade Corporativa (OCI), realizou um estudo junto de 500 diretores de comunicação sobre a aplicação do Storytelling enquanto ferramenta de comunicação interna nas empresas portuguesas e concluiu que 66% dos líderes empresariais conhecem o conceito, mas só 43% confirma tê-lo aplicado estratégicamente, junto das suas equipas. Contudo, revela o estudo “70% dos que responderam desconhecer o conceito demonstram que aplicam a ferramenta de forma informal, sem terem consciência do nome que se dá a esta prática”.

Mas afinal qual o real potencial desta estratégia de contar histórias? Filipa Costa Prenda, Corporate and International Key Account do Grupo Inforpress, membro fundador do OCI, refere que “o storytelling tem um grande poder de retenção. Se consultarmos estatísticas, powerpoints ou documentos, apenas conseguimos reter 10% da informação, numa primeira análise e facilmente acabamos por esquecer. No caso de uma boa história, por norma o ouvinte absorve 90% do que é dito e com facilidade o reproduz junto de outros”. Em 54% dos casos, esta ferramenta é utilizada como meio de comunicação interna, seja para acolher novos colaboradores contando a história da empresa, seja para a formação da equipa que utiliza o conceito como forma de transmitir conhecimento, dar exemplos de boas práticas e casos de sucesso.

Diz o observatório que, em 31% das empresas o Storytelling é também utilizado como forma de promover serviços/produtos da empresa e 29% dos inquiridos declaram mesmo que é já implementado como uma estratégia de negócio, com grande utilidade, por exemplo, nas áreas comerciais.Utilizado como estratégia de comunicação, quer com o público externo para trabalhar a imagem e reputação da empresa, quer internamente, para inspirar os colaboradores, o Storytelling é também visto pelas empresas como uma ferramenta fundamental para a transmissão de conhecimento.

“As histórias servem para criar referenciais, particularmente em contextos dinâmicos ou turbulentos, em que a incerteza e a ambiguidade alastram. Os colaboradores têm de construir o sentido para o seu alinhamento com a empresa e criar nesta uma linguagem comum, obriga a que se contém histórias com significado que promovam compreensões coerentes do que a empresa é e quer ser”, explica José Seruya, coordenador da Escola de Pós-graduação e formação avançada, da Faculdade de Ciências Humanas da Católica e membro do OCI.

Fonte: Expresso Emprego

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