Notícia

A Comunicação Emocional é mais potente

A comunicação vai além de palavras, de configurações e de sentidos

18 de março, 2016
Comunicação Emocional
Em Janeiro de 2008, no Estado de New Hampshire, nas primárias do Partido Democrático para as presidenciais dos EUA, uma cidadã eleitora num misto de admiração e naturalidade pergunta a Hillary Clinton: Como consegue? O que faz para parecer sempre tão animada e exuberante?
A questão tem sentido, perante a dureza de uma batalha eleitoral, onde Obama era claramente favorito. A pergunta pareceu apanhar a candidata de surpresa. Balbuciou a resposta: como a senhora… falou da política como serviço público e do futuro dos EUA. Emocionou-se.

Durante alguns segundos, as lágrimas da mulher dita dura e insensível são filmadas pelas câmaras televisivas. No dia seguinte, contrariando as sondagens, Hillary Clinton vence um ato eleitoral muito participado.

Os especialistas e estudos de opinião concluíram que o “descontrolo emocional de chorar perante as câmaras televisivas foi decisivo para a vitória eleitoral”.

A comunicação emocional tem uma força especial. Parece, à partida, mais autêntica. Mostra estados de alma. Exprime estados de cólera, alegria, medo e vergonha.

Após as investigações e conclusões de Watzlawick e Jackson no início doas anos 70, passou a admitir-se que a comunicação vai além de palavras, de configurações e de sentidos. Faz-se também por configurações não-verbais e pela expressão corporal. Esta linguagem pode expressar-se através do silêncio ou através de emoções conscientes ou da ordem do subconsciente. Em comunidade é impossível não comunicar. Como explica Cármen Sebastián: o ser humano comunica com todo o seu ser. Cada um dos seus atos, gestos e palavras são uma manifestação de quem é e do que necessita.

Se pensarmos em comunicação e opinião pública verificamos que a capacidade desta é limitada perante o contínuo comunicacional. Cada ato comunicacional tende a destruir a o anterior. O sistema mediático faz das notícias algo de descartável. A nova ocupa o lugar da anterior, considerando-se sempre mais relevante. A manchete de hoje faz esquecer a de ontem. A comunicação contínua e destruidora da ação comunicacional anterior explica em parte que tenhamos uma opinião pública sem memória.

É neste contexto que a comunicação emocional, porque mais espontânea e tendencialmente mais autêntica, tem mais força que a comunicação de caráter racional.

Apesar das investigações dos últimos anos, onde se distingue António Damásio, sobre a inteligência emocional, que exprimindo-se passa a comunicação emocional, há ainda muito a investigar e a conhecer neste domínio, nomeadamente passando do conhecimento à praxis. A Omnisinal com o Seminário sobre comunicação emocional com a presença de Cármen Sebastián, pretende dar um contributo sobre como aplicar a comunicação emocional.

Só se pode ver corretamente com o coração: o essencial é invisível aos nossos olhos.
Antoine de Saint- Exupéry in Principezinho

Por Custódio Oliveira
Director-Geral da Omnisinal e Consultor de Comunicação

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