Análise Eleições Presidenciais em França: NOUS TOUS
Por Custódio Oliveira
29 de abril, 2022
Análise às eleições presidenciais francesas, disputada entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen (candidata da direita radical).
1. O que mais se nota é ausência dos tradicionais outdoors. Os único e raros locais para afixar cartazes são os colocados pela Estado para a publicidade eleitoral.
2. Em termos de custos da campanha a ausência de outdoors é muito importante. O valor de mensagem dos outdoors é insignificante, explicam os responsáveis da campanha de Macron.
3. A campanha faz-se essencialmente nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais.
4. Em Paris nenhum dos candidatos – segunda volta - tinha sede própria. As operações de campanha ocorriam na sede dos partidos respetivos.
5. Os comícios, numa média de dois em dois dias, eram organizados mais para propiciar notícias que para os contactos diretos com os eleitores.
6. O único debate televisivo, levou a que os dois candidatos parassem a campanha durante dois dias para prepará-lo. Resultou num debate interessante em que os dois candidatos mantiveram essencialmente os apoios que tinham antes.
7. As mensagens de Macron centrou-se nas palavras Nós e Vós. Nós protegemos, nós faremos, nós continuaremos… Nós o governo, mas também nós os franceses. Em termos de slogan evoluiu da primeira volta, de “AVEC VOUS”, para “NOUS TOUS” na segunda volta.
8. Marine Le Pen adocicou claramente o discurso duro normal na extrema direita. O slogan “POUR TOUS LES FRANÇAIS” também na versão “POUR TOUS” evidencia a intenção de alargar o espaço dos que a apoiavam. Esta nova versão adocicada de Le Pen tinha como risco maior a incoerência que resulta na diminuição da credibilidade.
9. Os resultados confirmaram o crescimento da abstenção e dos votos brancos, defendido por Mélenchon e seus apoiantes, ele que na primeira volta ficou em 3º lugar com 7 milhões de votos e cerca de 20%. A abstenção abrangeu 14 milhões de eleitores (28,01%), registaram-se 3 milhões de votos em branco e um milhão de votos nulos. Números preocupantes para a democracia francesa.
10. Na segunda volta das presidenciais francesas de 2022, assisti a uma campanha sem grandes novidades em que claramente ganhou, apesar de tudo, a democracia, a França e a Europa. A extrema direita, apesar de adocicada voltou a perder. Marine Le Pen perdeu três eleições consecutivas (2012, 2017 e 2022), como o seu pai tinha perdido em 2002, contudo porque subiu em número de votos concluiu, após o conhecimento dos resultados “o nosso resultado desta noite é uma vitória retumbante”. Perdeu. Como seria se vencesse?
Análise de Custódio Oliveira (CEO Omnisinal)
2. Em termos de custos da campanha a ausência de outdoors é muito importante. O valor de mensagem dos outdoors é insignificante, explicam os responsáveis da campanha de Macron.
3. A campanha faz-se essencialmente nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais.
4. Em Paris nenhum dos candidatos – segunda volta - tinha sede própria. As operações de campanha ocorriam na sede dos partidos respetivos.
5. Os comícios, numa média de dois em dois dias, eram organizados mais para propiciar notícias que para os contactos diretos com os eleitores.
6. O único debate televisivo, levou a que os dois candidatos parassem a campanha durante dois dias para prepará-lo. Resultou num debate interessante em que os dois candidatos mantiveram essencialmente os apoios que tinham antes.
7. As mensagens de Macron centrou-se nas palavras Nós e Vós. Nós protegemos, nós faremos, nós continuaremos… Nós o governo, mas também nós os franceses. Em termos de slogan evoluiu da primeira volta, de “AVEC VOUS”, para “NOUS TOUS” na segunda volta.
8. Marine Le Pen adocicou claramente o discurso duro normal na extrema direita. O slogan “POUR TOUS LES FRANÇAIS” também na versão “POUR TOUS” evidencia a intenção de alargar o espaço dos que a apoiavam. Esta nova versão adocicada de Le Pen tinha como risco maior a incoerência que resulta na diminuição da credibilidade.
9. Os resultados confirmaram o crescimento da abstenção e dos votos brancos, defendido por Mélenchon e seus apoiantes, ele que na primeira volta ficou em 3º lugar com 7 milhões de votos e cerca de 20%. A abstenção abrangeu 14 milhões de eleitores (28,01%), registaram-se 3 milhões de votos em branco e um milhão de votos nulos. Números preocupantes para a democracia francesa.
10. Na segunda volta das presidenciais francesas de 2022, assisti a uma campanha sem grandes novidades em que claramente ganhou, apesar de tudo, a democracia, a França e a Europa. A extrema direita, apesar de adocicada voltou a perder. Marine Le Pen perdeu três eleições consecutivas (2012, 2017 e 2022), como o seu pai tinha perdido em 2002, contudo porque subiu em número de votos concluiu, após o conhecimento dos resultados “o nosso resultado desta noite é uma vitória retumbante”. Perdeu. Como seria se vencesse?
Análise de Custódio Oliveira (CEO Omnisinal)