Notícia

A perceção global das ameaças em 2025

Desinformação, alterações climáticas e instabilidade social

17 de outubro, 2025
A perceção global das ameaças em 2025
Um estudo recente do Pew Research Center analisou, de forma sistemática, as principais preocupações que moldam a perceção global de risco.
A investigação, conduzida em mais de duas dezenas de países, evidencia que as ameaças que mais inquietam os cidadãos já não se circunscrevem exclusivamente aos domínios militar ou económico, estando cada vez mais associadas à desinformação, às alterações climáticas e à instabilidade social.

Entre os resultados mais significativos destaca-se o aumento da preocupação relativa à propagação de informação falsa na Internet. Segundo os dados recolhidos, 72% dos inquiridos consideram a desinformação uma ameaça grave, 21% classificam-na como uma ameaça menor e 5% entendem que não constitui risco relevante.

Este padrão evidencia uma tendência global de desconfiança em relação às plataformas digitais, fenómeno que se manifesta de forma transversal nos diferentes continentes, faixas etárias e contextos culturais, refletindo o impacto da desinformação na coesão social e na confiança das instituições.

As alterações climáticas surgem igualmente como uma das principais ameaças à escala global. De acordo com o estudo, 67% dos participantes consideram as alterações climáticas uma ameaça grave, 24% como risco menor e 9% afirmam que não constituem perigo. 

A análise das regiões indica que os cidadãos da Europa, da América Latina e da região Ásia-Pacífico colocam esta questão no topo das suas preocupações, associando-a a fenómenos meteorológicos extremos, insegurança alimentar e deslocações populacionais. Apesar das diferenças regionais, verifica-se um consenso crescente relativamente à necessidade de respostas coordenadas e eficazes.

A instabilidade social e económica constitui também uma preocupação relevante na perceção global de risco. Embora o estudo não utilize explicitamente o termo «instabilidade social», aborda ameaças correlacionadas, incluindo o terrorismo e as condições económicas globais.

Neste contexto, 69% dos inquiridos consideram o terrorismo uma ameaça grave, 26% uma ameaça menor e 6% entendem que não representa risco. Paralelamente, 70% identificam as condições económicas globais como um risco relevante, refletindo preocupações persistentes com a volatilidade financeira e com as desigualdades estruturais que potenciam crises em escala mundial.

Apesar da preocupação relativa a doenças infeciosas ter diminuído, desde o auge da pandemia de COVID-19, a memória recente de crises sanitárias e económicas continua a influenciar a perceção de risco. Muitos indivíduos percebem estes desafios como interligados, constituindo um sistema vulnerável em que a informação, o ambiente e a economia se influenciam mutuamente.

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