Notícias falsas espalham-se mais rápido
Com mais amplitude e somos nós os culpados
16 de abril, 2018
As notícias falsas (fake news), no Twitter, tem uma probabilidade 70% maior de ser partilhadas do que as verdadeiras, concluíram investigadores do MIT - Massachusetts Institute of Technology (Instituto de Tecnologia de Massachusetts - EUA).
Concluíram ainda, que as notícias falsas chegam aos utilizadores até 20 vezes mais rápido do que conteúdo verdadeiro.
E se o problema das notícias falsas na Internet não for o resultado de ações de agentes russos ou fanáticos partidários? E se o principal problema formos nós? Esta pergunta foi feita num artigo publicado esta semana no New York Times, por Steve Lohr, ao comentar a pesquisa do MIT.
“Os utilizadores são os principais culpados, de acordo com este estudo que examina o fluxo de publicações no Twitter. E os utilizadores, dizem os autores deste estudo, preferem notícias falsas.”
"As versões falsas espalham-se significativamente mais rápido e mais amplamente, do que as verdadeiras, em todas as categorias de informação", diz a pesquisa, "e estes efeitos foram mais sentidos em notícias políticas, desastres naturais, ciência, lendas urbanas ou informação financeira".
Os investigadores do MIT - Massachusetts Institute of Technology, descobriram que estes padrões se aplicavam a todos os assuntos estudados, não apenas à política ou lendas urbanas, mas também aos negócios, à ciência e a tecnologia. As histórias verdadeiras raramente foram partilhadas por mais de mil utilizadores, mas as principais – que representavam 1% das histórias falsas, foram constantemente partilhadas por cerca de mil a 100 mil utilizadores. Já as histórias verdadeiras levaram cerca de seis vezes mais tempo do que as falsas, a chegar a 1.500 utilizadores.
Segundo artigo publicado no jornal britânico The Guardian, “Os investigadores especulam que os conteúdos falsos se espalham mais rápido porque perfazem o nosso desejo da novidade. Os cientistas declaram que "quando a informação é nova, não é apenas surpreendente, mas também mais valiosa, tanto na perspectiva da teoria da informação (na medida em que proporciona uma maior ajuda à tomada de decisões) como numa perspectiva social (na medida em que transmite status social para quem gosta de exibir o "saber" ou mostrar que tem acesso a informações exclusivas)."
Acompanhando as publicações do Twitter
A pesquisa, publicada no último dia 8 de março de 2018, na revista Science, examinou as publicações de notícias verdadeiras e falsas partilhadas no Twitter a partir da fundação da rede social, desde 2006 até 2017. Os autores do estudo analisaram 126 mil histórias partilhadas por cerca de três milhões de pessoas mais do que 4,5 milhões de vezes. "Notícias" e "histórias" foram definidas de forma ampla - como reivindicações de fato - independentemente da fonte. Este estudo evitou explicitamente o termo "notícia falsa", que, segundo os autores, tornou-se "irremediavelmente polarizado no nosso clima político e mediático atual".
As histórias foram classificadas como verdadeiras ou falsas, usando informações de seis organizações independentes de verificação de veracidade, incluindo Snopes, PolitiFact e FactCheck.org. Para garantir que esta análise tenha sido realizada por investigadores que analisaram como verdadeiras ou falsas mais de 13 mil outras histórias que circularam no Twitter. Novamente, uma inclinação para a falsidade foi clara, segundo os investigadores.
A forma como a informação flui online - e, ocasionalmente, se espalha rapidamente como um vírus - é estudada há décadas. Houve estudos que examinam a forma como as notícias verdadeiras e falsas e os rumores se propagam nas redes sociais. Mas especialistas em análise de rede informaram que o estudo do MIT, foi maior em escala e melhor formulado até à data.
O que pode ser feito?
“Os investigadores disseram que a compreensão de como as notícias falsas se espalham é um primeiro passo para contê-las. Estes concluíram que o comportamento humano desempenha um papel importante na explicação do fenômeno e mencionam possíveis intervenções, como análisar e infestigar, para alterar o comportamento.
“Por toda a preocupação com as notícias falsas, há pouca certeza sobre sua influência nas crenças e ações das pessoas. Um estudo recente das histórias consultadas na Internet por milhares de adultos americanos nos meses anteriores às eleições de 2016, descobriu que as notícias falsas representavam apenas uma pequena parte do total das notícias lidas.
Fonte: New York Times - Mark Makela
E se o problema das notícias falsas na Internet não for o resultado de ações de agentes russos ou fanáticos partidários? E se o principal problema formos nós? Esta pergunta foi feita num artigo publicado esta semana no New York Times, por Steve Lohr, ao comentar a pesquisa do MIT.
“Os utilizadores são os principais culpados, de acordo com este estudo que examina o fluxo de publicações no Twitter. E os utilizadores, dizem os autores deste estudo, preferem notícias falsas.”
"As versões falsas espalham-se significativamente mais rápido e mais amplamente, do que as verdadeiras, em todas as categorias de informação", diz a pesquisa, "e estes efeitos foram mais sentidos em notícias políticas, desastres naturais, ciência, lendas urbanas ou informação financeira".
Os investigadores do MIT - Massachusetts Institute of Technology, descobriram que estes padrões se aplicavam a todos os assuntos estudados, não apenas à política ou lendas urbanas, mas também aos negócios, à ciência e a tecnologia. As histórias verdadeiras raramente foram partilhadas por mais de mil utilizadores, mas as principais – que representavam 1% das histórias falsas, foram constantemente partilhadas por cerca de mil a 100 mil utilizadores. Já as histórias verdadeiras levaram cerca de seis vezes mais tempo do que as falsas, a chegar a 1.500 utilizadores.
Segundo artigo publicado no jornal britânico The Guardian, “Os investigadores especulam que os conteúdos falsos se espalham mais rápido porque perfazem o nosso desejo da novidade. Os cientistas declaram que "quando a informação é nova, não é apenas surpreendente, mas também mais valiosa, tanto na perspectiva da teoria da informação (na medida em que proporciona uma maior ajuda à tomada de decisões) como numa perspectiva social (na medida em que transmite status social para quem gosta de exibir o "saber" ou mostrar que tem acesso a informações exclusivas)."
Acompanhando as publicações do Twitter
A pesquisa, publicada no último dia 8 de março de 2018, na revista Science, examinou as publicações de notícias verdadeiras e falsas partilhadas no Twitter a partir da fundação da rede social, desde 2006 até 2017. Os autores do estudo analisaram 126 mil histórias partilhadas por cerca de três milhões de pessoas mais do que 4,5 milhões de vezes. "Notícias" e "histórias" foram definidas de forma ampla - como reivindicações de fato - independentemente da fonte. Este estudo evitou explicitamente o termo "notícia falsa", que, segundo os autores, tornou-se "irremediavelmente polarizado no nosso clima político e mediático atual".
As histórias foram classificadas como verdadeiras ou falsas, usando informações de seis organizações independentes de verificação de veracidade, incluindo Snopes, PolitiFact e FactCheck.org. Para garantir que esta análise tenha sido realizada por investigadores que analisaram como verdadeiras ou falsas mais de 13 mil outras histórias que circularam no Twitter. Novamente, uma inclinação para a falsidade foi clara, segundo os investigadores.
A forma como a informação flui online - e, ocasionalmente, se espalha rapidamente como um vírus - é estudada há décadas. Houve estudos que examinam a forma como as notícias verdadeiras e falsas e os rumores se propagam nas redes sociais. Mas especialistas em análise de rede informaram que o estudo do MIT, foi maior em escala e melhor formulado até à data.
O que pode ser feito?
“Os investigadores disseram que a compreensão de como as notícias falsas se espalham é um primeiro passo para contê-las. Estes concluíram que o comportamento humano desempenha um papel importante na explicação do fenômeno e mencionam possíveis intervenções, como análisar e infestigar, para alterar o comportamento.
“Por toda a preocupação com as notícias falsas, há pouca certeza sobre sua influência nas crenças e ações das pessoas. Um estudo recente das histórias consultadas na Internet por milhares de adultos americanos nos meses anteriores às eleições de 2016, descobriu que as notícias falsas representavam apenas uma pequena parte do total das notícias lidas.
Fonte: New York Times - Mark Makela